Nossa Mantenedora
instituição mantenedora da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto
A instituição mantenedora da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto foi fundada no dia 23 de maio de 1938 com o nome de Sociedade Musical de Ribeirão Preto, posteriormente foi chamada de Sociedade Lítero-Musical e atualmente é a Associação Musical de Ribeirão Preto. Sempre com a mesma característica, a de ser uma entidade sem fins lucrativos e que hoje conta com sócios, patrocínios e projetos de Lei Rouanet para a realização de suas atividades.
No início do século XX aconteceram em Ribeirão Preto, diversas tentativas para a criação e funcionamento de sociedades musicais sinfônicas. Através de programas de concertos que datam de 1923 e 1929, pode-se constatar que a OSRP é ainda mais antiga que a Sociedade Musical que a mantém.
Há um programa de concerto do segundo festival da Sociedade Cultura Artística de Ribeirão Preto, realizado em 1929, que mantinha a Orchestra Symphonica de Ribeirão Preto, a mesma que inaugurou o Theatro Pedro II em 1930. Este documento está no Arquivo Pessoal Luiz Baldo (1909-2010).
Concluimos assim que a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é mais antiga que a Associação que a mantém. A OSRP, com esse nome, tem 84 anos e a Associação Musical, fundada em 1938 e que nunca interrompeu as atividades da Orquestra mesmo em período de guerra, chega aos 75 anos.
Entre aqueles que se reuniram para fundar a OSRP, existem pessoas de diferentes camadas sociais, entre eles, carteiro, fotógrafo, médico, advogado, comerciante, taxista, entre outros profissionais, além de alguns músicos, que se encontravam no final do dia, depois do expediente, para ensaiar. Eles tocavam tão somente por amor à música. Eram de fato amadores.
O empenho de Max Bartsch, primeiro presidente da OSRP, fazia efeito junto aos músicos e à sociedade local. Era dele a frase “a boa música educa o povo” impressa nos primeiros programas de concerto. Todos juntos, presidência, diretoria e músicos, trabalhavam como voluntários para garantir o funcionamento da OSRP.
A Associação nasceu, portanto, quase como uma consequência natural desse envolvimento, mas veio também como uma iniciativa de um punhado de idealistas que queriam erguer um monumento em homenagem à música.
A Orquestra foi fundada com características de filarmônica e não sinfônica. A diferença está na maneira como ela se constitui juridicamente e administrativamente. A palavra "sinfônica" indica um repertório composto por sinfonias e também serve para representar alguns grupos musicais mantidos exclusivamente pelo poder público ou de outras sociedades. "Filarmônica" diz respeito às sociedades musicais mantidas por pessoas que demonstram interesse pela música: os amantes ou amadores que acabam por subsidiar determinados conjuntos orquestrais. O nome "Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto" permaneceu por tradição.
Tão logo surgiu, a Orquestra ficou bem conhecida pois era a única no gênero em todo o interior do Estado de São Paulo. Contava com alguns maestros, que se alternavam nos 12 primeiros concertos e com músicos amadores.
Ao final da década de 1950, somava mais de 100 concertos. Muita gente considerava isso um milagre para a época devido às circunstâncias. Com poucos recursos financeiros que vinham das mensalidades dos sócios e da posterior subvenção da Prefeitura, a sobrevivência da OSRP já no seu primeiro ano foi exaltada pela imprensa. E assim foi, resistindo com o passar dos anos a crises financeiras, administrativas, deficiência de instrumentos, falta de músicos, de sede própria e descrenças, entre outras dificuldades. A dura realidade de manter de pé o sonho de um grupo de idealistas pode ser percebido no número de concertos, uma média de 40 a cada 10 anos. Essa situação só foi mudar nos anos de 1980, quando o número passa para 73 concertos em 10 anos.
A repercussão do primeiro concerto da Orquestra foi imediata e positiva na sociedade e na imprensa local. O Theatro Pedro II ficou lotado, o que a muito não se via. Antes do concerto, nada menos do que o prefeito de Ribeirão Preto, Joaquim Camillo de Mattos, apresentou à sociedade a OSRP e seus ideais.
O maestro desse concerto foi Antônio Giammarusti, o spalla foi o violinista José Gumerato e no programa, obras de vários compositores. A noite de gala encerrou com O Guarani, de Carlos Gomes.
Além da repercussão pela inauguração da OSRP, a imprensa também se dedicou a fazer análise crítica do concerto. O jornal A Tarde, no dia seguinte ao concerto, considerou a apresentação “uma interpretação equilibrada, natural e sem exagero instrumental. O jornal A Cidade classificou como “um espetáculo vibrante”
Desde sempre, a preocupação com a manutenção das atividades esteve na ordem do dia. Depois de dois concertos de apresentação da OSRP, veio o terceiro com o objetivo era angariar sócios que se dispusessem a pagar mensalidades para garantir o mínimo de caixa que pudesse custear as despesas básicas. O concerto foi no dia 31 de janeiro de 1939, com regência do Maestro Alfredo Pires, do 3º Batalhão de Comando da Força Publica. Em fevereiro de 1939, a Sociedade Musical iniciou campanha efetiva para arrecadar sócios e o quarto concerto, também com essa finalidade, foi regido pelo Maestro Ignácio Stábile.
fonte: Haddad, Gisele Laura e Jr., Ferraz Jubileu de Brilhante - Os 75 anos da Associação Musical de Ribeirão Preto - 1 .ed. - Gisele Laura Haddad e Ferraz Jr., - Ribeirão Preto, SP: Editora Coruja, 2013.; pág: 284 ISBN: 78-63583-44-8